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Robô do INSS já Avalia 40% das Aposentadorias: Explorando as Implicações da Automatização

A tecnologia vem sendo usada para minimizar um problema histórico de quem busca o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para dar entrada em pedidos de algum benefício previdenciário: as filas para o atendimento.

Levantamento recente do próprio órgão contabilizou a existência de mais de 1 milhão de pessoas à espera de atendimento. Mas essa realidade pode mudar com a ajuda da tecnologia.

Robôs passaram a analisar pedidos de aposentadoria, pensão e auxílios e os primeiros números mostram avanços: 4 em cada 10 concessões de aposentadorias nos meses de fevereiro, abril, maio, junho e julho deste ano foram realizadas pela inteligência.

Leia também: INSS: Robôs Negam Aposentadoria Em Poucos Minutos

Em julho deste ano, último dado disponível, 37% dos 500.347 requerimentos foram decisões automatizadas. Em janeiro, as decisões automáticas representavam 31% do total de pedidos.

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Concessões deste ano:

Decisões automáticasRequeridosPorcentagem
Janeiro146,009470,31231%
Fevereiro159,260421,07638%
Março182,375549,37333%
Abril169,659447,64438%
Maio222,914533,55242%
Junho166,735469,43836%
Julho184,226500,34737%

Fonte: INSS

Outro lado da automatização

“O sistema do INSS, por mais que ajude, ainda tem muitas imperfeições e é importante que o segurado corrija as informações antes de fazer o pedido do seu benefício para evitar indeferimentos”, afirma Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito).

Imagem: Phonlamaistudio / freepik. montagem: jornal contábil

Ela destaca que, normalmente, o INSS está lidando com um público que não conhece muito do direito e que é leigo na questão previdenciária. E alerta que o benefício vai ser negado com a mesma rapidez que é dada a entrada.

“A pessoa abre o sistema e acha que é só apertar o botão e dar entrada no benefício, mas não é bem assim. Na maioria das vezes é necessário ajustar as informações, que estão incompletas ou com irregularidade”, diz.

Ela explica que, depois de dar entrada e ter o pedido indeferido, o segurado tem que esperar 30 dias para fazer uma nova solicitação. “É importante, antes de protocolar benefício, confirmar se os vínculos estão corretos”, diz.

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No entanto, esclarece Adriane, as retificações só podem ser feitas pelo 135, e não  pelo aplicativo ‘Meu INSS’. “Ao mesmo tempo que a tecnologia ajuda, é importante e um caminho sem volta, por outro lado, acaba excluindo milhares de segurados que não têm acesso à internet, ao sistema digital ou familiaridade”, ressalta.

O advogado previdenciário André Beschizza concordda com Adriane. “A automatização pode comprometer a qualidade das analises dos benefícios e gerar decisões injustas. A recusa sumária de pedidos por falta de documentos, sem permitir a correção das informações, resultará em injustiças para vários segurados”, avalia.

Leia também: Robôs recuperarem R$1 bilhão em tributos pagos a mais para o fisco brasileiro

Beschizza aponta também que grande parte dos usuários do INSS são idosos e a exclusão digital entre essa faixa etária é uma preocupação significativa, já que não são todos que têm facilidade em lidar com tecnologia. A redução no atendimento presencial para esclarecimentos e orientações pode deixar muitos segurados sem suporte adequado, situação que se agravou nos últimos anos devido a perda de servidores.

O especialista avalia que, embora a automatização traga vantagens em termos de agilidade, é crucial encontrar um equilíbrio para garantir a acessibilidade e a Justiça no processo de concessão de benefícios do INSS. “A tecnologia deve ser uma aliada para melhorar o sistema, mas não pode deixar os segurados desassistidos ou criar barreiras para aqueles que não estão familiarizados com ela”, finaliza.

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Fonte: InfoMoney

Gabriel Dau

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