Previdência complementar se torna tendência dentro de empresas

As empresas brasileiras têm apostado cada vez mais na previdência complementar como estratégia para a atração e retenção de seus talentos. Segundo dados da 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos, elaborada pela Mercer e pela MercerMarshBenefícios, 51% das companhias nacionais oferecem o benefício a seus colaboradores. O levantamento foi realizado com 737 empresas, sendo a Mercer Brasil a responsável pela análise sobre previdência.

“O número de empresas que possuem previdência complementar tem crescido nos últimos anos, o que corrobora a aposta no benefício como parte importante das políticas de RH. Temos observado em nossa base de clientes uma tendência importante de aposta na previdência privada não apenas como parte de um pacote voltado à captação e retenção de talentos, mas também como um instrumento fundamental na jornada financeira das pessoas em tempos tão desafiadores como o que estamos vivendo”, explica Felipe Bruno, líder da área de Previdência da Mercer Brasil.

O ganho de relevância da previdência complementar é alicerçado por outros elementos apresentados pela pesquisa. Mudanças sismicas recentes como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, o processo de queda das taxas de juros e os efeitos da pandemia tem despertado indivíduos e empresas para a necessidade do planejamento de longo prazo e de educação financeira, o que tem gerado um incremento no volume de empresas que oferecem o benefício.

Quase metade das empresas brasileiras pretendem revisar planos de previdência

Quanto ao produto, a 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos mostrou que existe um profundo processo de mudança em andamento relacionado ao perfil da previdência complementar adotado pelas empresas brasileiras. De acordo com o levantamento, 48% das companhias pretendem fazer algum tipo de revisão no tipo de benefício oferecido nos próximos anos.

Além da continua migração dos modelos de benefício definido para contribuição definida, que continua sendo uma tendência (Planos de contribuição definida já representam 67% do total de planos), a maior parte das mudanças ocorre pela necessidade de atualização das regras dos planos, visando adaptá-los às grandes mudanças no cenário econômico dos últimos anos e principalmente ao aumento das idades de aposentadoria trazidos pela reforma da previdência.

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“Os planos mais antigos, que possuiam idades de aposentadoria iniciando já aos 50 anos, agora enxergam uma necessidade clara de adaptação, visando dimunir o gap existente entre as idades de saída dos planos e as idades de aposentadoria pelo INSS. Além disto, com o processo de queda de juros, é fundamental que esses planos passem a oferecer “perfis” de investimento aos seus participantes, dando a escolha de alocação dos investimentos para aquelas pessoas que desejam diversificar mais a alocação ou perseguir retornos maiores”, diz Felipe Bruno.

Outro fator em permanente mudança está relacionado ao veículo administrador dos planos. Segundo o estudo da Mercer Brasil, 61% das empresas nacionais estão no modelo de entidades abertas ou seguradoras. “Observamos de 2010 para cá uma tendência de estagnação no número de Entidades Fechadas (Fundos de Pensão) exclusivos de empresas, que hoje representam 19% do total, e uma diversificação maior dos produtos em entidades fechadas multipatrocinadas, que vem atraindo novos players nos últimos anos e representam 20% do total de planos. Os custos, as exigências regulatórias e a autonomia das empresas no processo decisório têm sido os fatores principais de escolha entre um ou outro modelo”, adiciona Bruno.

Política de resgate e versatilidade nos investimentos mostram preocupação com retenção de funcionários.

A tendência de uso da previdência complementar como estratégia para retenção de talentos baseia-se em dois fatores mostrados pelo levantamento. Há alterações significativas nas políticas de desligamento (vesting) e na versatilidade dos investimentos oferecidos pelas empresas brasileiras.

No caso das políticas de desligamento, 40% das empresas que usam entidades abertas e 25% das que apostam em entidades fechadas ainda condicionam o resgate a um tempo de serviço igual ou superior a dez anos. No entanto, esse é um fator em transformação. “As companhias vêm mexendo nas regras,reduzindo essas carências, pois identificaram que o vesting é um dos fatores mais decisivos na atração e retenção dos talentos em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo”, opina Felipe Bruno.

Também existe um processo de mudança sobre a versatilidade dos planos no que tange às escolhas de investimentos. Entre as entidades fechadas, 39% ainda oferecem apenas um perfil de investimento, enquanto outros 39% já têm abertura para até três formatos. Entretanto, há uma tendência de ascensão dos modelos mais dinâmicos e alinhados com diferentes tipos de produtos e estratégias, que já somam 22% do total.

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“A diversificação nos investimentos é uma conversa necessária para o qualquer conjuntura. Cada vez mais empresas e colaboradores concluem que, no final das contas, não correr riscos já representa um risco considerável, principalmente em um momento que a renda fixa vem oferecendo baixos retornos reais quando descontada a inflação, trazendo a necessidade de voltar o olhar para novas estratégias e produtos que possam dar mais consistência ao planejamento de longo prazo”, conclui Felipe Bruno.

As 737 empresas abarcadas pela 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos somam um total de 3,6 milhões de pessoas. Entre as companhias consultadas, 59% têm mais de 500 funcionários e 56% faturam mais de R$ 100 milhões.A Mercer acredita na construção de um futuro brilhante, redefinindo o mundo do trabalho, remodelando a aposentadoria e os resultados dos investimentos e proporcionando saúde e bem-estar reais. 

Leonardo Grandchamp

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