Investimentos em tempos de incerteza: Como evitar perdas durante a queda do mercado de ações?

O Ibovespa , principal índice da bolsa brasileira, engatou uma sequência histórica de baixas neste mês, fechando no negativo em 13 pregões consecutivos até o dia 17 de agosto. A queda da bolsa pode assustar o pequeno investidor, mas especialista ouvido pela Inteligência Financeira recomenda calma. O que não significa (necessariamente) não fazer nada, mas sim estudar até uma eventual mudança de portfólio com base na razão, não na emoção.

Antes de mais nada, é importante entender por que a bolsa está caindo, se são fatores internos ou externos que estão pesando na conta. De acordo com André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a causa principal está lá do outro lado do mundo, na China.

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O que a crise da China tem a ver com a bolsa do Brasil?

“As notícias da China sobre a atividade econômica, sobre a situação da construção civil e das empresas preocupam”, explica Rocha. Ele cita notícias de que empresas chinesas estão em dificuldades para honrar pagamentos. Mesmo que exista uma garantia estatal, o sinal é ruim. “Isso mostrou para o mercado que a China tem esse risco não só de bolha imobiliária mas também de uma menor demanda no setor da construção civil no geral”, prossegue.

O operador da Manchester Investimentos cita ainda a alta nos juros de títulos dos Estados Unidos. Com maior aversão ao risco, o capital estrangeiro deixa mercados como o brasileiro e aproveita as condições tidas como mais seguras da economia americana.

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“A fuga de capital estrangeiro da bolsa teve muito a ver com a alta dos juros nos Estados Unidos. O investimento está sendo atraído para a renda fixa americana, que é considerada um investimento quase que sem risco”, diz.

Bolsa em queda: o que fazer com os seus investimentos

De acordo com André Luiz Rocha, a primeira coisa é reforçar a importância de alinhar a carteira ao seu perfil de investidor e a sua tolerância ao risco. Uma carteira diversificada  tanto no geral quanto dentro do mercado, com aplicação em diferentes empresas de diversos setores.

“É importante que o cliente esteja em mais de um setor, posicionado com pesos diferentes em ações que tendem a capturar o cenário do mercado. Dentro do perfil de cada cliente, privilegiar um cenário de diversificação e que o deixe confortável com a sua alocação atual”, sugere.

Quedas tão sucessivas na bolsa assustam, mas o melhor para quem investe pensando no longo prazo pode ser inclusive não fazer nada. “O investidor que analisou os fundamentos, escolheu essas empresas pensando no longo prazo porque lucram de forma recorrente, mirando dividendos, vai precisar ter paciência nas crises, que são cíclicas e passageiras”, afirma.

Como reavaliar seu portfólio e proteger sua carteira de investimentos

A atual queda da bolsa pode ser, como dissemos, um momento apenas de paciência e resiliência como pode também ser uma oportunidade para repensar algumas alocações.

“A reavaliação de portfólio é sempre bem-vinda e é importante de ser feita de tempos em tempos”, avalia André Rocha, que sugere três meses como um prazo saudável para reavaliações. “Sempre fazendo uma autoanálise de porque escolher determinada empresa, do que se espera de cada investimento.”

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De acordo com o especialista, isso acontece porque o cenário econômico muda, o cenário das empresas muda e alguns ajustes podem ser pertinentes. “Algumas empresas se beneficiavam por um IPCA mais alto, por exemplo. Se a inflação está caindo pode ser um momento para rever. Ou mesmo retirar investimento de empresas que começam a aparecer mais alavancadas”, exemplfica.

Leia também: Quais os impactos da reforma tributária nas carteiras de investimentos?

Mesmo no caso atual, envolvendo a China. A crise chinesa afeta mais algumas empresas que outras, sendo que parte da queda do Ibovespa se explica, por exemplo, pelo impacto sobre ações  empresas de commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) sobre o principal índice da B3.

Há ainda as chamadas ações defensivas, as ações de empresas que atuam em setores fundamentais da economia e são um costumeiro porto seguro para os investidores. Saiba mais sobre essas ações no vídeo abaixo, com a entrevista de Gilvan Bueno, gerente educacional da Órama Investimentos, para a Inteligência Financeira.

Fonte: Inteligência Financeira

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Gabriel Dau

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