O semestre se encerra com a seguinte cara: no lado político, temos as reformas e o fiscal mais ou menos endereçado; temos o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, meio que deixando a entender que a porta está aberta para eventualmente termos um corte da Selic em agosto; no macro, a inflação está rodando abaixo de 4% e, a atividade surpreendeu para cima.
Embora inicialmente tenha havido uma retórica pouco responsável, o arcabouço fiscal veio razoável, e a proposta está se encaminhando para ser aprovada. Essa responsabilidade fiscal reforça a solvência do país e cria um ambiente mais propício para investimentos.
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O lançamento do ChatGPT, modelo de inteligência artificial da OpenAI, fez com que os investidores começassem a perceber que a gente pode ter uma grande força de crescimento vindo pela frente. Além de ser uma força de crescimento das empresas, da economia, é potencialmente uma grande força deflacionária. Como o mercado do ano passado estava operando muito a questão dos juros, a possível inflação estrutural mais alta, o momento em que você coloca uma hipótese de uma força deflacionária na mesa, eu acho que tirou muita aposta negativa do mercado.
Se o ciclo de corte de juros não for em agosto, deve ser em setembro. Independente do mês, a direção está dada e sabemos que o corte será em breve, junto ainda de cenários político e macro favoráveis. Vale ressaltar que a Bolsa está em um nível muito descontado. Tudo isso combinado pode vir a ser algo muito poderoso
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A queda do dólar no exterior deu impulso ao real, que vinha registrando força sobre a moeda americana nas últimas semanas, apoiado pela melhora nas perspectivas de inflação e do PIB brasileiros.
Considerando o contexto atual, as projeções apontam para uma tendência de alta para o dólar ao longo do segundo semestre.
O Brasil está começando o ciclo de queda de juros, enquanto os Estados Unidos ainda estão no ciclo de aperto monetário. Então, com a diferença de juros, reduz a atratividade dos ativos brasileiros e, com isso, o dólar valoriza. Há o aumento moderado da dívida do governo e a dívida tem uma relação com a taxa de câmbio.
Minha expectativa é de que o Brasil siga se beneficiando de fatores tanto de ordem internacional quanto no campo doméstico para garantir a manutenção do câmbio em patamar mais controlado. No exterior, é destaque a atratividade do país tanto em função do elevado nível da taxa de juros, que mesmo que seja reduzida nos próximos meses, seguirá com nível real significativamente elevado. No Brasil, destaque para a boa perspectiva para implementação de importantes reformas estruturais, como nos casos da Nova Regra Fiscal e da reforma tributária.
Se o arcabouço fiscal e a reforma tributária forem aprovados, é uma sinalização do governo de que haverá uma redução dos gastos. Nesse caso, vejo o dólar podendo transitar em torno de R$ 4,65. Se o governo não tiver um compromisso com o campo fiscal, devemos ter uma cotação do dólar em torno de R$ 5,00.
A cotação do dólar é uma das variáveis mais difíceis de se prever no mercado, por isso não é possível cravar o futuro da trajetória da moeda. Ainda assim, para aqueles investidores interessados em dolarizar o portfólio ou turistas com viagens agendadas que precisam comprar a moeda, a desvalorização atual pode indicar uma boa oportunidade.
O ideal, nesse cenário, é fazer múltiplos aportes, para fazer um preço médio, sem tentar adivinhar o futuro da cotação.
Por Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, uma das 15 maiores corretoras de câmbio do Brasil.
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