Entenda como o Pix impacta empresas e trabalhadores informais com novas tarifas e fiscalização da Receita Federal

As transferências instantâneas via Pix são isentas de tarifas para pessoas físicas, mas as empresas podem enfrentar cobranças que variam significativamente. Relatórios recentes apontam que instituições financeiras brasileiras podem aplicar taxas de até R$ 150 por transação para pessoas jurídicas, conforme informações coletadas pelo Poder360.

O levantamento incluiu dados de bancos como Bradesco, Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. É importante ressaltar que essas taxas não estão relacionadas às novas diretrizes de fiscalização da Receita Federal estabelecidas sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A taxação aplicada é determinada pela política interna de cada instituição financeira.

As tarifas podem ser fixas ou variar conforme a transação, apresentando tetos e pisos em alguns casos. A maioria dos bancos contempla taxas especificamente para operações como saque e troco através do Pix, além de pagamentos realizados via QR Code.

De acordo com o Banco Central, a tarifação do Pix para pessoas jurídicas ocorre em determinadas situações. Entretanto, os microempreendedores individuais (MEIs) não são abrangidos por essas regras e se beneficiam das mesmas isenções que as pessoas físicas na maior parte das transações.

Entre os bancos digitais, algumas instituições como Nubank e C6 Bank não impõem taxas sobre operações de Pix, independentemente do tipo de cliente. O Poder360 buscou esclarecimentos adicionais junto aos bancos mencionados. A Caixa Econômica Federal informou que empresas de diversos portes podem ser isentas de tarifas dependendo do perfil de relacionamento com o banco. O Bradesco reafirmou a isenção para pessoas físicas, enquanto as demais instituições não se pronunciaram.

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Fiscalização das Transações

A Receita Federal iniciou um processo de coleta de dados mais rigoroso sobre transações realizadas por meio de cartões de crédito e instituições financeiras, incluindo o sistema Pix. Este monitoramento já era realizado por bancos tradicionais e agora se estende a varejistas e bancos digitais.

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Somente movimentações mensais superiores a R$ 5.000 para indivíduos e R$ 15.000 para empresas serão reportadas ao órgão fiscalizador. Essas informações visam identificar irregularidades e garantir a conformidade com as leis tributárias, sendo enviadas semestralmente pelo sistema e-Financeira.

A Receita Federal esclarece que ao final de cada mês serão contabilizados todos os valores que saíram da conta, incluindo saques. Se o total ultrapassar os limites estabelecidos, a informação será compartilhada com o Fisco.

Controvérsias e Repercussões

A ampliação da fiscalização sobre transações eletrônicas tem gerado críticas entre partidos e políticos da oposição. A medida visa combater a sonegação fiscal nas transações digitais, embora o próprio sistema Pix não esteja sujeito à tributação direta.

Historicamente, muitos trabalhadores informais recebiam pagamentos em dinheiro, evitando assim o escrutínio da Receita Federal. Com a adoção generalizada do Pix, esses rendimentos ficam registrados e atrelados aos CPFs dos trabalhadores. Isso impacta especialmente profissionais autônomos como sorveteiros e pedreiros que agora precisam declarar seus rendimentos caso superem os limites impostos.

Por exemplo, um sorveteiro que opera em eventos pode facilmente ultrapassar R$ 5.000 em vendas mensais. Caso isso ocorra, ele será notificado pela Receita Federal e precisará lidar com as obrigações tributárias correspondentes.

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Pesquisas recentes indicam que muitos desses trabalhadores têm uma percepção negativa sobre as novas exigências fiscais, evidenciando um sentimento crescente de apreensão em relação à formalização financeira que o sistema Pix impõe.

Ricardo de Freitas

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