Um contingente significativo de mulheres diagnosticadas com câncer de mama trabalha. Assim, além da preocupação com a doença, surgem incertezas com relação à vida profissional. Manter-se produtiva durante o tratamento ou voltar ao trabalho após a alta ajuda a afastar a depressão e beneficia o estado emocional e a autoestima da mulher. Estudos realizados em vários países, inclusive do Brasil, mostram que a atividade profissional contribui para melhores e mais rápidos resultados clínicos, inclusive em casos de recidiva.
s terapias atuais, menos agressivas e com menos efeitos colaterais, permitem que muitas pacientes mantenham as atividades profissionais mesmo durante o tratamento. Contudo, essa opção não é viável para todas. “Dependendo do caso, o afastamento do trabalho é necessário e, depois da alta, é preciso se readaptar e vencer a insegurança”, diz a médica Débora Gagliato, oncologista clínica especializada em câncer de mama do Centro de Oncologia e Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Para continuar trabalhando, a paciente deve estar em condições clínicas adequadas e fazendo um tipo de tratamento compatível com sua atividade profissional. A médica da BP dá algumas dicas: “Pode ser necessário um acordo com o empregador para flexibilizar horários ou, às vezes, readequar a função se esta envolve esforço físico. Também quem teve de se afastar do trabalho e vai retomá-lo depois da alta pode apresentar restrições. A paciente que passou por uma cirurgia mais agressiva, como a mastectomia, por exemplo, pode ter uma recuperação mais lenta ou até ficar com alguma sequela permanente que impeça atividades de esforço, o que pode ser contornado com uma realocação de função”. A oncologista da BP lembra, porém, que atualmente boa parte dos casos de câncer de mama é descoberta no início, permitindo procedimentos mais simples para retirar apenas um fragmento da mama ou da axila, o que resulta em recuperação mais rápida e reduz risco de sequelas físicas.
O trabalho será um importante facilitador do retorno à vida normal das pacientes após o tratamento do câncer de mama. “Faz a pessoa sentir-se útil e interagir socialmente”, diz a médica, que lembra que a maior dificuldade das mulheres para o retorno ao trabalho está relacionada à autoestima. “O cabelo perdido na quimioterapia pode não ter crescido ainda, ela pode ter ganhado peso devido aos corticóides ou, por algum motivo, pode não ter feito ainda a reconstrução da mama. Se esses fatores gerarem muita dificuldade, a recomendação é adiar um pouco a volta”.
O ambiente de trabalho também tem um peso importante e as empresas podem ajudar nesse retorno. Ser bem recebida e contar com o apoio da chefia e dos colegas é fundamental para a rápida readaptação dessas profissionais. O ideal é preparar a equipe para lidar com a situação e evitar situações de constrangimento. “Mas, geralmente, o ambiente é favorável, muito em função da empatia entre as mulheres, que costumam ser bastante acolhedoras”, diz Dra. Débora.
Quando a mulher tem mais dificuldade para lidar com os abalos emocionais, o melhor é buscar acompanhamento psicológico. Também ajuda participar de grupos de apoio, interagindo com pessoas que passaram pelo mesmo problema. “Importante é que cada uma encontre o melhor caminho para, depois do câncer de mama, retomar a vida normal – pessoal e profissionalmente –, para vivê-la plenamente, olhando para o futuro e deixando a doença como algo de um passado que foi superado”, conclui a médica da BP.
Sobre a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Reconhecida pela revista Newsweek como uma das melhores instituições de saúde do mundo, a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo é um hub de saúde privado que compõe o grupo de 6 instituições de excelência brasileiras reconhecidas pelo Ministério da Saúde e integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), realizando projetos de educação, pesquisa, avaliação de tecnologias, gestão e de assistência especializada voltados ao fortalecimento e à qualificação do SUS em todo o País. São mais de 7.000 colaboradores e 4.000 médicos atuando em 3 endereços na cidade de São Paulo, nos bairros de Bela Vista (2 unidades) e Jardim América.
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