Como funciona o processo de recuperação judicial?

Empresas endividadas, que não conseguem cumprir obrigações básicas, como o pagamento de funcionários, fornecedores e credores podem passar por um  processo de recuperação judicial.

A recuperação judicial (RJ) é um recurso utilizado por empresas em dificuldades financeiras cujo objetivo central é evitar uma possível trajetória de falência. Dessa forma, através de um processo de renegociação de dívidas acumuladas, a companhia busca retomar as atividades e evitar fechamento, demissões e falta de pagamentos.

Esse recurso oferecido às empresas está previsto na chamada Lei de Falências e Recuperação de Empresas.

Quem pode pedir recuperação judicial?

A reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa, é realizada em conjunto com a justiça de modo a evitar a sua falência.

Isso porque, em geral, quando uma companhia pede RJ, é por que não está conseguindo arcar com suas dívidas. Então ela recorre à justiça visando garantir a sua própria sobrevivência e definir um plano de resgate financeiro da instituição. Portanto, para que uma empresa entre com o processo de  recuperação judicial, ela deverá protocolar este pedido na justiça.

Advertisement
publicidade

Mas para que isso ocorra, a lei de falência e recuperação judicial diz que a companhia deverá estar exercendo suas atividades há mais de 2 anos. Além disso, ela precisa satisfazer algumas condições cumulativas como:

  • Não estar falida. Ou se estiver, que, pelo menos, as obrigações já estejam extintas;
  • Não ter pedido RJ nos últimos 5 anos;
  • Não possuir como administrador ou sócio controlador alguém que tenha sido condenado por crime falimentar;

O pedido de RJ também pode ser efetuado pelo cônjuge, herdeiro, inventariante ou sócio do devedor. Entretanto, não é permitido que os credores da empresa realizem o pedido da RJ.

Como ocorre o processo de recuperação judicial?

Sejamos bem sinceros, trata-se de um processo complexo e demorado. Sendo assim, uma empresa à beira da falência pode não conseguir superar sua crise financeira em ritmo acelerado.

Há muitas questões envolvidas, então é preciso elaborar uma estratégia bem sucedida para que a organização consiga saldar as dívidas, sem inadimplência e, posteriormente, dar seguimento aos negócios sem repetir os erros passados.

Quais são as principais etapas da recuperação judicial?

O processo de recuperação judicial é dividido em três etapas:

  • Postulatória;
  • Deliberativa;
  • Execução.

Postulatória

Nesta etapa a empresa já desistiu de negociar amigavelmente com os seus credores. Então, a empresa deve solicitar o pedido de recuperação judicial na justiça. Logo, nessa etapa é quando se inicia a petição inicial com as informações do pedido de RJ.

Em outras palavras, na fase postulatória ocorre o pedido formal, onde a empresa deverá apresentar toda a documentação necessária, inclusive no que se refere à documentação.

Advertisement
publicidade

Após a análise de todos esses documentos, o juiz responsável pelo caso decide se defere ou não o pedido de recuperação judicial. Em caso positivo, o processo é encaminhado para a etapa deliberativa.

Deliberativa

Na fase deliberativa será decidido se o empresário terá direito ou não de entrar em RJ. Caso ocorra a aprovação, então o primeiro passo do juiz é nomear um administrador-judicial e suspender todas as ações contra a empresa devedora.

Ainda na etapa deliberativa é elaborado um plano de recuperação judicial. Para isso, a empresa tem um total de 60 dias para apresentar o referido plano, caso não cumpra o juiz decretará a falência da empresa.

Execução

Após a aprovação do plano e decisão favorável do magistrado, inicia a fase em que o plano é executado, na qual a organização deve cumprir as obrigações apontadas por esse escopo. Respeitados o cumprimento e os prazos definidos, caberá à justiça finalizar o processo de recuperação.

É importante deixar claro que o descumprimento de qualquer uma das ações apontadas no plano vai levar à decretação da falência do negócio.

Advertisement
publicidade

Quais são as vantagens da recuperação judicial?

A decisão da empresa em abrir um processo de recuperação judicial é pautada por uma série de vantagens que a companhia pode obter. Dessa forma, as principais vantagens da recuperação judicial são:

Isto é, a companhia ganha ainda proteção aos pedidos de decretação de falência, enquanto durar o processo de recuperação judicial.

Ou seja, a empresa consegue mais renegociar o pagamento das dívidas de uma forma mais simples, além de, alterar e até mesmo adiar, as condições de pagamentos junto aos credores.

Além disso, ao decretar estado de recuperação judicial, a empresa que está passando por dificuldades financeiras consegue continuar exercendo suas atividades ao mesmo tempo em que negocia suas dívidas, que ficam congeladas por 180 dias.

Por fim, existe a possibilidade de realizar acordos ou convenções coletivas de trabalho. Dessa forma, com essa medida a empresa pode apresentar novas formas para pagamentos de débitos e reduções temporárias de salários e jornadas de trabalho.

Dica Extra: Já imaginou aprender 10 anos de Prática Contábil em poucas semanas?

Conheça um dos programas mais completos do mercado que vai te ensinar tudo que um contador precisa saber no seu dia a dia contábil, como: Rotinas Fiscais, Abertura, Alteração e Encerramento de empresas, tudo sobre Imposto de Renda, MEIs, Simples Nacional, Lucro Presumido, enfim, TUDO que você precisa saber para se tornar um Profissional Contábil Qualificado.

Se você precisa de Prática Contábil, clique aqui e entenda como aprender tudo isso e se tornar um verdadeiro profissional contábil.

Advertisement
publicidade
Ana Luzia Rodrigues

Notícias recentes

Condenação da KPMG e a Responsabilização de Auditorias no Mercado Financeiro

A condenação da KPMG pelo STJ, por negligência na auditoria do Banco BVA, estabelece um…

16 de março de 2025

Contabilidade 2025: entenda a importância do profissional contábil

Entenda a importância dos profissionais de contabilidade e como eles continuam relevantes mesmo com os…

16 de março de 2025

Novo saque do FGTS liberado ainda este ano? Quem pode fazer

Precisa de um dinheiro a mais? O FGTS pode ser a solução para conseguir arrumar…

16 de março de 2025

Por que contador poderá ganhar mais com a Reforma Tributária?

Alguns contadores estão com receio das mudanças promovidas pela Reforma Tributária, mas a verdade é…

16 de março de 2025

Você pode perder seu carro se errar na declaração do Imposto de Renda? Entenda

Declarar os bens no Imposto de Renda é uma necessidade, mas será que erros podem…

16 de março de 2025

Imposto do Pecado: como funcionará após a Reforma Tributária

Certamente você já ouviu falar no imposto do pecado, nome popular para uma taxação de…

16 de março de 2025

Reforma Tributária e Aposentados do INSS: o que muda na prática?

A Reforma Tributária pode impactar também o bolso dos aposentados e pensionistas do INSS? Entenda…

16 de março de 2025

Contabilidade: 5 dicas para se preparar para o IRPF 2025

Profissional de contabilidade, elaboramos algumas dicas para te ajudar com o período de transmissão do…

16 de março de 2025

Imposto de Renda: quem tem direito à restituição em 2025?

Entenda melhor quem tem direito a receber a restituição do Imposto de Renda e quem…

15 de março de 2025

Governo avisa sobre mensagem de abertura das inscrições para o CNU 2025

O Concurso Nacional Unificado (CNU) é um das grandes oportunidades do atual governo para assumir…

15 de março de 2025

Como saber se alguém está usando seu celular corporativo remotamente

Está com o celular da empresa ou desconfia que alguém está suando o aparelho corporativo…

15 de março de 2025

5 etapas para passar na entrevista de empreso neste ano

A entrevista de emprego é o maior desafio para sua contratação ultimamente? Aprenda o que…

15 de março de 2025

This website uses cookies.