Atenção! STF declara constitucional apreensão da CNH de devedores

Desde a implementação do novo Código de Processo Civil em 2015, um dos assuntos mais debatidos é a introdução das medidas executivas atípicas.

No cenário jurídico, a criatividade tem sido amplamente utilizada: interrupção de fornecimento de energia elétrica em órgãos públicos, suspensão de serviços em plataformas de redes sociais, bloqueio de contas bancárias e cartões de crédito, confisco de recursos públicos em processos de saúde, e até mesmo a proibição de uso de áreas de lazer por condôminos inadimplentes.

Uma parte da comunidade jurídica, em apoio à busca pela efetividade máxima dos processos, começou a defender a adoção generalizada de técnicas de execução indireta, como a apreensão de passaportes e Carteiras Nacionais de Habilitação de devedores, proibição de viagens, participação em concursos públicos ou licitações, e outras medidas similares.

No entanto, após quase cinco anos de debates e análises jurídicas intensas, o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente decidiu no mês de fevereiro, por maioria de votos, que é constitucional a apreensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do passaporte como forma de garantir o cumprimento de decisões judiciais e o pagamento de dívidas.

A determinação do STF representa um passo significativo para garantir a eficácia das determinações judiciais no país, no entanto, é essencial que os magistrados examinem cada situação com cautela e observem os direitos fundamentais dos indivíduos.

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Além disso, é crucial ressaltar que a medida de apreender a CNH e o passaporte deve ser adotada apenas em circunstâncias excepcionais, em que sua aplicação seja verdadeiramente indispensável para assegurar o cumprimento da ordem judicial.

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Qualquer dívida pode levar à apreensão da CNH e passaporte?

Cada situação é única e deve ser avaliada individualmente. Além disso, a eficácia da medida adotada dependerá da relação entre a ação aplicada e o alcance bem-sucedido de seu propósito. De acordo com especialistas consultados, em cenários como dívidas registradas em órgãos de proteção ao crédito, essa medida não será utilizada.

“Isso ocorre porque já existem técnicas coercitivas específicas para esse tipo de situação, como o bloqueio das contas bancárias do devedor ou o confisco de seus bens, que, evidentemente, têm resultados mais significativos do que a apreensão da CNH.

Em outras palavras, a apreensão da Carteira Nacional de Habilitação ou a Suspensão Judicial do Direito de Dirigir dificilmente – serão aplicadas nessas circunstâncias, apenas em casos extremamente raros e excepcionais.

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O juiz tem a possibilidade de adotar essas medidas como uma forma de pressionar o devedor a quitar a dívida que está sendo cobrada por meio de um processo judicial. O Ministro Luiz Fux enfatiza que ao aplicar essas medidas, o juiz deve considerar os princípios de proporcionalidade e razoabilidade, escolhendo a alternativa menos prejudicial ao devedor.

Dessa forma, cada situação deve ser avaliada de maneira individual, levando em consideração os direitos fundamentais e seguindo os princípios mencionados pelo Ministro.

Isso implica em considerar como a medida afetará a vida do devedor. Por exemplo, seria adequado suspender a CNH de uma pessoa comum, mas não de um motorista de táxi que depende dela para seu sustento.

Por último, é crucial destacar que a simples dificuldade em localizar bens do devedor, sem evidências de ocultação fraudulenta, não deve ser motivo suficiente para a aplicação dessas medidas não convencionais.

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