No terceiro trimestre deste ano, sete em cada 10 trabalhadores brasileiros tinham uma renda média mensal de até dois salários mínimos. Ou seja, o equivalente a R$ 2.424. Essa informação é do levantamento realizado pela LCA Consultores, publicado nesta semana.
O estudo, com base nos dados da Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela ainda que do total de 97 milhões de brasileiros ocupados, 67,19% receberam esse valor médio no último trimestre, chegando a mais de 65 milhões de pessoas.
Já as pessoas que ganham acima de dois salários mínimos, essa parcela chegou aos 32,8%, com 32 milhões de brasileiros nessa faixa de rendimento médio. Por outro lado, os brasileiros que vivem com apenas um salário mínimo chegaram aos 34 milhões de pessoas, totalizando 35,6%.
A análise do levantamento revela ainda que o rendimento médio do brasileiro continuou em queda no último trimestre e, para entrar ou retornar ao mercado de trabalho, os brasileiros vêm aceitando trabalhos com menor remuneração. “No geral, o trabalho ficou mais barato durante a pandemia. O mercado de trabalho brasileiro ainda ocioso e frágil contribui para baixos salários, porque há excesso de oferta de mão-de-obra muito barata”, aponta o documento.
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Os setores que mais apresentam queda nos rendimentos são os de alojamento, alimentação e serviços domésticos. Em alojamento e alimentação, houve uma queda de rendimentos de 12,5% e serviços domésticos a redução foi de 11,8%.
Um dos segmentos com menor oscilação foi o de agricultura, com 3,17% de queda e o relatório mostra que o motivo é a necessidade do produto/serviço no mercado como um todo.
Veja a divisão dos trabalhadores por renda:
A partir de junho de 2020, a parcela de trabalhadores que ganhavam até um salário mínimo passou a ser a maior entre os três grupos, com exceção do mês de dezembro de 2020.
Já os que ganhavam acima de dois salários mínimos passaram a ter a menor proporção de trabalhadores entre as faixas de renda, com exceção do mês de setembro deste ano.
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Todavia, apesar deste quadro ruim, o mercado de trabalho dá sinais de recuperação a partir deste ano. A taxa de desemprego, medida pelo IBGE, vem caindo desde março. Em setembro chegou a 8,7%, menor taxa desde o trimestre encerrado em junho de 2015.
Já o rendimento médio real vem subindo e em setembro teve a quinta alta seguida. No levantamento, é possível observar que há uma tendência de alta entre quem ganha acima de dois salários mínimos e de recuo nas faixas de renda menores.
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